Título: Agregação de proteínas induzida pelo estresse oxidativo promovido pelo Heme
Aluno(a): Luiz Ricardo da costa Vasconcellos
Orientador(es): Prof. Leonardo Holanda Travassos Correa
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Agregação de proteínas induzida pelo estresse oxidativo promovido pelo Heme A liberação do heme em sua forma livre exerce papel crucial na patogênese de várias doenças importantes em humanos tais como a malária, a sepse, febre hemorrágica e hemorragia cerebral. O heme é caracterizado como uma molécula com potencial pró-inflamatório e citotóxico induzindo a liberação de mediadores inflamatórios por ativação de TLR4 e de inflamossomo NLRP3 assim como a morte por necroptose em macrófagos. Em virtude dos efeitos deletérios induzidos pelo heme, uma resposta homeostática é desencadeada na célula para lidar com o estresse exercido minimizando o desequilíbrio. Neste trabalho é demonstrado, pela primeira vez, uma resposta celular de agregação de p62 contendo proteínas ubiquitinadas em compartimento denominado ALIS no estímulo com heme. A formação destes agregados possui característica transiente e é degradada através de autofagia. Além disso, é demonstrado que a formação de ALIS é dependente da geração de ROS promovida pelo estímulo com heme que induz a ativação de NRF2 resultando na expressão de genes envolvidos em respostas citoprotetoras, incluindo o p62. Apesar de dependente da geração de ROS é demonstrado que esta agregação de proteínas ocorre de maneira independente de sinalização via TLR4. Em contrapartida, a geração de ALIS depende da ativação das MAPKs e da síntese de novo de proteínas. É demonstrado também que a degradação do heme via HO-1 é fundamental para a indução de ALIS, sendo o Fe liberado por este processo o componente mínimo requerido para a indução de ALIS. Mais do que isso o estímulo com Fe recapitula os efeitos do heme na agregação de proteínas sendo a conversão de Fe+2 para Fe+3 e seu estoque pelo sistema Ft fundamental para o controle da indução de ALIS pelo Fe. De forma relevante, fontes de heme presentes no organismo, como a Hb e hemácias, induzem a formação de ALIS in vitro. Finalmente, é observada a formação de ALIS em baço e fígado extraídos de animais submetidos à hemólise severa demonstrando a indução de agregados de proteínas in vivo. Em conjunto, estes dados caracterizam um mecanismo celular ainda pouco explorado na literatura que pode ser importante para os efeitos inflamatórios e citotóxicos exercidos pelo heme e pelo Fe liberado em doenças hemolíticas.
Palavras-chave: Heme, Autofagia, Agregados de proteínas, ALIS, estresse oxidativo, espécies reativas de oxigênio, Heme-oxigenase
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Heme induces protein aggregation through oxidative stress Free heme release is crucial to the pathogenesis of several important diseases in humans such as malaria, sepsis, hemorrhagic fevers and cerebral hemorrhage. Heme has been characterized as a potential inflammatory and cytotoxic molecule triggering the release of inflammatory mediators through TLR4 and NLRP3 inflammasome activation as well as inducing necroptosis in a TNF mediated manner in macrophages. Homeostatic response is triggered in the cell upon heme stimulus to cope with deleterious effects and minimize the imbalance induced triggered by generalized oxidation. Here is described, for the first time, a p62 aggregation response which contains ubiquitinated proteins compartimentalized in ALIS upon heme stimulus. The aggregates inducted have transient property and are degraded through autophagy. Furthermore, ALIS formation depends on ROS generation which activates Nrf2 and results in expression of genes involved in antioxidant response, including p62. Although ALIS formation depends on ROS generation it is independent of TLR4 signalling. Conversely, ALIS generation depends on MAPKs activation and de novo protein synthesis. Furthermore, is demonstrated that heme degradation is required for protein aggregation and labil iron release is the minimum element required to trigger ALIS. Even more, iron stimulus recapitulates the effects of heme in ALIS formation and the conversion of Fe+2 para Fe+3 and the iron stock within Ft complex is essential for ALIS excess control. Relevantly, heme sources as Hb and red blood cells also induce ALIS formation in vitro. Finally, hemolysis triggered by PHZ induces ALIS in target tissues in vivo. Together, these data characterize the cellular mechanism of protein aggregation that might be important for inflammatory and cytotoxic effects of heme and free iron during hemolytic diseases.
Key-words: Heme, Autophagy, Protein aggregates, ALIS, oxidative stress, oxygen reactive species, Heme-oxigenase